Há tanto ter que
E fazer para
Que poucos param pra ouvir o silêncio da madrugada
Menos ainda os que permitem uma invasão e uma inundação interior desse silêncio

Há pouco ser mais
E estar presente
Que muitos estão por ai atordoados na madrugada
Mais ainda os que procuram um descanso interior

Me ensina a mergulhar no mar de vidro
Onde a paz fez a água acalmar até ficar estática
Quero mergulhar até não conseguir voltar para a superfície
Quero mergulhar até criar escamas

Me ensina a crescer mais pra dentro e menos pra fora
Raízes profundas que procuram pela fonte do ribeiro debaixo do solo freático
Onde a busca não gera frutos temporários, mas eternos

Me faça enxergar o ser em um mundo de afazeres
Me empurre para um movimento em prol do outro numa geração individualista

Menos informação
Mais vida
A teoria real é prática

Menos medo
Mais fé
Eu dou daquilo que estou cheia

Que os planejamentos não sejam baseados em utopias e ideologias
Mas na realidade de que Você vai voltar

Perturbadoramente existem ilusões que tentam se dizer real
O movimento pela necessidade é uma delas

Mais comida; diria o morador de rua
Mais gorjeta; diria a garçonete
Mais futebol; diria Pelé
Mais leigos; diria um governo manipulador
Mais paz; diria um diplomata ou a miss mundo

O que o Pai faz?
Nele nos movemos, existimos e vivemos
Força motriz que me envolve na dança da existência

Amor Real, diria eu
Aquele que está acima de você entregar o seu corpo pra ser queimado vivo
Que tudo espera, suporta e crê
E o assim o Éden se espalharia novamente

Vida Real em toda a sua plenitude
Deixando o rastro do bom perfume

E agora o que você diria?